domingo, 4 de maio de 2014

O Silêncio por entre Sons Passados - Diego Barbosa #Olhar da Gente



O conto O Silêncio dos sons passados, de Diego Barbosa é maravilhoso. Quando terminei sua leitura, meus olhos estavam marejados. A sensibilidade com que o autor nos fala sobre a relação entre avô e neto me emocionou muito. Sua linguagem é leve e poética.

O conto nos fala sobre um dia em que avô e neto resolvem passar o dia juntos passeando nos seus lugares preferidos da cidade de Fortaleza. O conto nos fala de saudade, de cumplicidade, de amor, de afeto.

O personagem principal do conto me parece ser o silêncio. Este que nos comunica da cumplicidade entre os dois personagens, nos mostra o clima do conto. O silêncio fala do desfecho do conto. Sempre que ele aparece sabemos que o mesmo está querendo nos comunicar algo.

O frio surge na narrativa como uma forma de falar de despedida. A imagem construída pelo autor nos fala acerca dos sentimentos do neto. O frio aqui representa a saudade que outrora sentirá.

Entrevista com o autor

1. De onde veio a ideia para seu texto?

A ideia que me veio à mente foi tentar reproduzir realidades que nunca tive com meus já falecidos avôs e meio que uma homenagem aos dois, pois, apesar de nunca termos feito nada parecido com o garoto e o seu avô presentes na crônica, sempre imaginei que um passeio ideal seria como aquele, mesclando história, cultura, lembranças. O texto culmina com a morte justamente para justificar a ausência que eles tanto fazem a mim.

2. Como foi seu processo de escrita?

Meu processo de escrita envolveu uma leitura básica sobre alguns pontos históricos de Fortaleza, justamente para defrontar com as memórias do avô. Posso ressaltar que envolveu também muita música instrumental intimista ao fundo enquanto escrevia as cenas finais, colaborando para criar um desfecho emotivo e memorável. Espero ter conseguido...

3. Como foi sua experiência em participar do concurso?

Participar do Concurso “Olhar da Gente” foi uma oportunidade incrível de expressar a arte da literatura e da escrita em si. Permitiu que eu mergulhasse em terrenos inóspitos dentro de mim mesmo e pude ver, realmente, o quanto nossa cidade é valiosa, apesar de tantos problemas que a assolam. Na verdade, creio que o maior legado do Concurso foi justamente fazer isso: injetar em nós o orgulho de ser fortalezense. Bem, conseguiu... Sinto-me honrado em ter feito parte disso e ter conhecido outras vozes poéticas e talentosas da cidade onde vivo.


Read More

sábado, 3 de maio de 2014

Chão de Estrelas - Guilherme Silveira #OlhardaGente




O conto Chão de Estrelas, de Guilherme Silveira foi meu preferido. A temática é muito forte, mas a linguagem usada pelo autor é delicada, poética e sensível. O autor consegue descrever cenas do cotidiano com uma beleza e uma leveza que poucas vezes vi em um texto literário.

O narrador que descreve a cena da moça andarilha também nos parece um andarilho. O narrador no caso pode ser chamado de flaneur, um narrador que observa o cotidiano como se passeasse pelo local. Ele nos mostra como o belo pode estar em qualquer lugar, inclusive em um terminal de ônibus.

A imagem simbólica do céu em meio as moedas foi a imagem mais linda que já vi descrita. A linguagem usada é bastante trabalhada e mostra a imensa sensibilidade do autor.

Entrevista com o autor

1) De onde veio a ideia para o seu texto?

O texto não foi simplesmente criado, ele foi absorvido no Terminal. Acredito que todos os locais por onde passo são poetas e poesias em si e a gente só capta e passa pro papel. Eu simplesmente observei aquilo que escrevi.

2) Como foi seu processo de escrita?

Pra escrever, pra mim, não tem fórmula. Nesse caso eu simplesmente comecei a escrever quando cheguei em casa. Algumas vezes começo no próprio ônibus num pedaço qualquer de papel ou na mão. De qualquer forma, começo a escrever desde a hora que acordo até a hora que vou dormir. Todo momento acordado é momento de captação de ideias e tô sempre colocando e tirando coisas de ordem na minha mente.

3) Como foi sua experiência em participar do concurso?


Participar do evento foi a realização de um sonho. Conhecer os novos autores fez com que a cidade parecesse mais nova. Foi um prazer imenso dividir o livro com tanta gente boa.


Read More

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Meu Olhar sob o Teu manto - Dora Estrela #OlhardaGente






A crônica “Meu Olhar Sob o Teu manto”, de Dora Estrela me levou para um passeio  pela minha cidade, apesar do gênero não ser o meu preferido. Sua crônica está cheio de referências importantes acerca da cidade. Elas me fizeram reencontrar pontos da cidade, autores importantes, temáticas históricas.

Inicialmente, a autora nos apresenta suas belezas naturais, cita um dos momentos mais festejados pelos cearenses, que é a libertação dos escravos, fala-nos sobre sua arquitetura, sua culinária. E termina descrevendo a maior referência a cidade: o mar.

O mar representa Fortaleza. Suas águas esverdeadas, tão valoradas por nossos escritores. Esse mesmo mar que faz parte da infância da autora e minha também. Apesar de eu não ser muito fã de sol, o mar faz parte de mim e de minha formação, assim como também acredito eu de Dora.

Suas referências a José de Alencar me emocionaram bastante. Apesar de Iracema não ser um dos meus livros preferidos, Iracema sempre foi um ícone de beleza para todos os moradores e admiradores da nossa cidade. Iracema representa nossas raízes indígenas, nosso inicio, nosso calor, nossa força. Palavras estas que representam bem o povo de Fortaleza.

A autora foi bastante feliz na escolha das referências acerca da cidade. Fez nós leitores voltarmos a nossa infância e lembrarmos o porquê de amamos tanto nossa cidade natal e porque ela é chamada de terra da luz.

Entrevista com a autora

     1. De onde veio a ideia para seu texto?
    
    A ideia surgiu quando decidi declarar o amor que sinto pela cidade em forma de versos, mas lembrei que eu já tinha muitos poemas homenageando Fortaleza, e decidi que dessa vez escrevia uma crônica, quis expressá-la com bastante sensibilidade, pra que não perdesse a essência poética que gosto de transmitir em tudo que escrevo.

2. Como foi seu processo de escrita?

Adorei o tema; O olhar da gente se misturando com a dimensão de sentimentos, e deixando que o pensamento nos guiasse em cada cenário da cidade, foi um tanto mágico e muito inspirador.

 3. Como foi sua experiência em participar do concurso?

Foi uma experiência maravilhosa, o livro ficou perfeito, os textos diversificados e bem escritos, o evento foi muito bem organizado, os convidados excelentes. Realmente, um momento de incentivo e reconhecimento muito marcante para todos nós escritores contemplados nesta antologia.


Read More

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Relatos da Minha Terra - Vanessa Paulino #Olhar da Gente

1.    

   
O conto "Relatos da Minha Terra", Vanessa Paulino me emocionou bastante. Primeiramente por falar da minha cidade. Apesar de eu não ser muito fã de literatura regionalista, a escrita da Vanessa me fez lembrar-me de muitos lugares queridas da minha cidade. Longe de ser considerado regionalista, o conto nos fala do processo de escrita do próprio conto.

A escrita do conto foi feito para que o leitor sinta-se em um processo de construção de uma colcha de retalhos. Cada cena, diálogo, lembrança é uma parte dessa imensa teia que nos mostra tanto a cidade descrita, como o processo de escrita da autora.

Sua narradora é uma senhora idosa, mas que me parecera fazer parte das cenas narradas. Ora pensei que a mesma apenas narrava o que via, ora que ela está descrevendo lembranças suas. Apenas no fim do conto, o narrador passa a ser um senhor idoso. Se estiver narrando cenas observadas, o narrador é chamado de flaneur, termo criado por Baudelaire.

A escrita também nos mostra a construção desse olhar falado no título. Um olhar muito particular da autora, mas que nos faz querer conhecer mais seu universo pessoal. A escrita de todo autor é como a construção de um olhar, feito através da subjetividade de cada um e transformado em palavras. Esse olhar nem sempre é pessoal, mas sempre tem algo de pessoal nele.


Entrevista com a autora

     1. De onde veio a ideia para seu texto?

Do título do concurso: “Minha Terra, Minha Vida, Meu Olhar”. Sou obcecada pelo processo de criação literária, pelo falar da própria escrita, isto é, de todo esse processo metalinguístico. Em geral, não tenho o hábito de escrever pautada em temática regionalista, por isso, ao observar o título, pude desafiar-me a escrever imprimindo meu olhar sobre nossa terra e, também, minha paixão pela escrita.

2.  2. Como foi seu processo de escrita?

O processo de escrita foi sedimentado num alicerce de incertezas, num processo de mistura entre ficção e realidade, em que não se pode distinguir a primeira da segunda. O fato de o conto estar em primeira pessoa reforça, ainda mais, essa ideia. Outro fator que enfatiza essa noção de realidade são as minuciosas descrições dos personagens, tanto físicas, quanto psicológicas, e ainda, das paisagens que pouco a pouco vão sendo descortinadas pelos leitores, mostrando quem são: Ponte Metálica; Praça dos Leões; Beira-mar; Praia da Barra. Outrossim, há uma progressão temporal na qual temos uma criança, uma adolescente, uma jovem-mulher e um homem maduro, um velho. Todos esses personagens, com suas respectivas histórias, são interligados através da narração da velha, que constrói uma espécie de colcha-de-retalhos com sua escrita por meio de sua memória, instigando sensações e curiosidades naqueles que leem.

 3. Como foi sua experiência em participar do concurso?

Foi minha primeira experiência com um concurso literário. O mais interessante é que o concurso foi, para mim, um desafio. Explico-me: escrever sobre uma temática que diverge de minhas preferências, a indecisão de enviar ou não o texto, – mandando-o, de fato, no último dia de inscrição - tudo isso foi inusitado. Todavia, o melhor foi ter tido a oportunidade de conhecer escritores talentosos, compartilhar experiências de escrita, etc.

Quero pedir desculpas a todos os leitores do blog pela curta resenha, tão injusta a Vanessa, mas ela é uma pessoa muito importante para mim. E vocês sabem o quanto é difícil falar sobre algo que se é fã.

Read More
Tecnologia do Blogger.

© 2011 Viagens Esquizofrênicas a Lua, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena