Meu interesse por esse livro surgiu assim que descobri que o protagonista foi diagnosticado como portador de transtorno bipolar. A temática acerca de doenças mentais me interessa desde que me entendo por gente. Sou obcecada por adentrar mentes humanas, e mentes "perturbadas" me parecem ainda mais interessantes.
O protagonista chama-se Pat Peoples. Ele é um ex-professor que acaba de sair de uma clínica psiquiátrica. De acordo com sua memória, ele passou apenas alguns meses e o motivo, ele ainda não sabe. A única informação que recebemos é que ele precisa ficar um tempo separado da esposa Nikki.
O ponto que mais me impressionou foi que o narrador é o próprio Pat, então durante a leitura estamos por dentro do raciocínio dele. Em alguns momentos, percebemos uns lapsos, onde vimos que Pat ainda não está completamente bem. As informações que recebemos surgem a medida que o narrador também descobre. O que torna a relação do leitor com o Pat algo muito mais forte.
Tiffany é a cunhada de um dos amigos de Pat e também tem um problema psiquiátrico, fato que aproxima os dois. A moça passa por uma perda muito impactante para ele que é a morte de seu marido e passa a ter uma obsessão sexual. Através da relação entre ela e Pat e seus ensaios de dança podemos ver o quanto cada um ajuda o outro.
Os demais personagens também são bastante interessantes. O pai que também possui obsessão por um time de futebol, mas que me parece ter vergonha da condição do filho, mas que também possui algo de problemático. A mãe sempre tão acolhedora e carinhosa e que faz de tudo pelo filho que agora encontra-se doente. O irmão que também cuida de uma certa forma de Pat. Enfim, vemos uma família tendo julgamentos comuns, mas que nos mostram o quanto é acolhedora, apesar de estar vivendo a condição de Pat de uma forma muito conflituosa.
Um dos pontos altos para mim é a experiência de Pat com a Literatura. Ao sair do hospital, ele procura ler os livros que sua esposa que é professora de literatura indicava quando estavam juntos. Acompanhar a forma como ele percebe cada obra é muito interessante, pois ao passo que sua visão da realidade está distorcida, ele vê os livros como realidades ou como verdades profundas. A Literatura nesse caso não é mostrada como cura, mas como uma forma de refletir sobre a realidade. Cada pensamento que descobrimos de Pat faz com que nos apaixonemos mais.
Apesar de divertido, não posso dizer que O lado bom da vida é um livro excepcional. Sua linguagem é bastante comum e de leitura fácil, mas não posso dizer que ele seja arte. E isso é o que busco em textos literários. Mas é um ótimo livro para entretenimento.
A música que escolhi foi:
Balada do louco - Ney Matogrosso!