domingo, 13 de outubro de 2013

O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë



Emily Brönte foi uma das maiores escritoras e poetiza do século XIX. Infelizmente, no inicio a autora precisou publicar suas poesias e seu romance com um pseudônimo masculino, Ellis Bell, pois as mulheres no período estavam restritas ao ambiente doméstico.

O Morro dos Ventos Uivantes definitivamente entra para os meus livros preferidos. Minha paixão, lógico, Heathcliff! Protagonista cigano, algo novo em romances ingleses da época, que pessoalmente acho que foi injustiçado, pois apesar de vingativo e frio, é um personagem que tem muito mais a mostrar, até porque sua personalidade fria é desenvolvida a partir de suas experiências, antes e depois da família Earnshaw. Catherine Linton também é protagonista do romance e amada de Heathcliff. Adoro suas falas, por mostrarem como seu espírito é livre em uma época que não havia espaço para isso. Mas detesto a forma como ela trata o amado, embora eu a entenda. Sua declaração de amor a ele é uma das minhas passagens preferidas!

“Qual seria o sentido da minha existência, se eu ficasse restrita ao que existe aqui? Meus maiores sofrimentos neste mundo foram os sofrimentos de Heathcliff; e eu assisti cada um deles, desde o principio. A maior razão da minha vida é ele. Se tudo desaparecesse e só ele restasse, eu continuaria a existir. E se tudo o mais permanecesse, e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria estranho, e eu não mais faria parte dele. (...) Meu amor por Heathcliff é como as rochas eternas sob os nossos pés: uma fonte de felicidade pouco visível, mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre, na minha mente... Não como um prazer, pois também não sou um prazer a mim mesma, mas como meu próprio ser.”(p 47).

O romance possui como narradoras duas vozes, algo também bastante novo na Literatura Inglesa: o inquilino Mr. Lockwood e a criada Ellen Dean, ou Nelly, como a personagem é chamada. Lockwood é um personagem interessante, pois é através dele que entramos na história de Heathcliff. Ele conhece o dono da residência Morro dos Ventos Uivantes e fica curioso pela sua história e acaba fazendo com que o leitor também fique. A criada Nelly resolve contá-lo a história de Heathcliff e de todas as pessoas envolvidas.

A curiosidade do Mr. Lockwood surge quando o mesmo não consegue ir embora da casa por conta do tempo e acaba por dormir em um quarto fechado da casa. A noite, escuta-se uma voz fora da casa pedindo para entrar. E assim, inicia-se a narrativa de Nelly...

Durante minha leitura, descobri que minha música preferida de infância (a criança louca... rsrs) foi escrita baseada no único romance de Emily Brontë. Amo muito essa música e adoro o clip. Espero que vocês também se apaixonem pela música e pelo romance tão bem escrito e envolvente de Emily.

A edição bilíngue da Editora Landmark é maravilhosa! Amo a capa. E ela ainda possui original em inglês! Amo as edições da Landmark!!!

Boa leitura!!!






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Carta ao meu violento amor... – Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë



Meu violento amor, 

Já sabe o quão difícil é ficar longe de ti, mas percebo que ficar perto irá nos fazer enlouquecer... Então o que faremos? Você foi a melhor e a pior coisa que já me aconteceu. Amo-te para além da vida. Vamos esquecer todos, eles não importam. Como podem pedir-me que o esqueça? Ninguém nos entende. Nosso amor será lembrado como o amor que resiste apesar deles... Meu amor por você é como as rochas eternas sob os nossos pés, uma fonte de felicidade pouco visível, mas necessária. Meu deus! Eu sou Heathcliff!!! Não se preocupe meu amor, logo estarei com você... Você irá me esperar na janela? Continuarei querendo entrar no Morro dos Ventos Uivantes... Espero que venha sempre ao meu lugar de descanso, pois permaneço jovem pela eternidade por você. Você foi me tirado cedo demais e sei que não suportei ver-te e saber que não te terias. Com que audácia Isabella achou que poderia tocar-te, quero-a morta! Assim como eu que não posso mais ter-te, ela também não terá... Venha meu amor, venha para perto de mim! Aqui é tão frio... Estou assustada sem você por perto. Qual seria o sentido da minha existência longe de você? O Morro dos Ventos Uivantes será nossa morada eterna... 

Anna
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sábado, 12 de outubro de 2013

Revolução no pensamento - A era do conhecimento - Marc Halévy



A revolução Noética está só começando... Essa é a tese do Marc Halévy descrita em A era do conhecimento. A base da sua tese é a nossa época é de ruptura. Depois disso o autor procura nos mostrar o porquê dessa ruptura. A maioria das características que ele apresenta-nos mostra que é o fim da modernidade. E a nova fase da humanidade seria a Era Noética, momento onde o homem iria perceber que sua função no cosmos é a de criar a camada de conhecimentos.

“Conhecimento e criação tornam-se as palavras-chaves da vida quotidiana, do nascimento à morte.”

Os termos que o autor utiliza para construir o conceito de noética são complexidade e evolução. Ele afirma que a ciência atual baseia-se em um conhecimento linear e simplório e que a humanidade está começando a perceber que o conhecimento é complexo como todos os sistemas universais. Ele apresenta uma realidade que precisa ser construída, pois os conceitos de verdade e imutabilidade foram ruídos.

“... não há nada preestabelecido, nada de imutável, nada de absoluto, pois tudo se transforma, pois tudo se cria o tempo todo, pois nada é permanente.”

As ideias centrais do livro me fizeram expandir meus horizontes de pensamento, pois vi que a linearidade da física clássica não abarca mais o sentido de real que temos hoje. Apesar disso, a leitura foi um pouco cansativa, pois o autor repete muitas vezes as mesmas ideias.

A discussão acerca da noção de Tempo foi a minha favorita, pois penso que o tempo não pode mais ser visto como nós, ocidentais teimamos em manter. O Tempo é algo mais intangível e relativo, como nos mostrou o gênio Einstein com sua teoria da relatividade, que ainda busco entender sem sucesso.

Marc enumera as mudanças que ele pressupõe que precisam ser feitas para que a Era Noética evolua. Conceitos como ética, sistema econômico, política, forma de pensamento. Enfim, ele sugere que toda a forma de sociedade que conhecemos irá mudar.


A Era do conhecimento é um livro bastante interessante para quem se interessa por mudanças globais e a atual crise de valores que vivemos, mas prepare-se para um livro repetitivo. 




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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Prazer sempre... - O Prazer do Texto - Roland Barthes



Barthes descreve nO Prazer do Texto acerca da relação de prazer que ocorre tanto com o leitor como com o autor. Mas como o autor afirma:

“O prazer do escritor é diferente do prazer do leitor.”

O que me chamou atenção inicialmente foi a forma deliciosa que o autor escreve. Roland Barthes é conhecido por escrever livros críticos de uma forma mais poética. O texto nos dá exatamente essa sensação de PRAZER advindo da linguagem.

“O texto que o senhor escreve tem de me dar prova de que ele me deseja. Essa prova existe: é a escritura. A escritura é isto: a ciência das fruições da linguagem, seu kama-sutra (desta ciência, só há um tratado: a própria escritura).”

Barthes é um escritor, como a classificação do mesmo, um escritor sedutor. Ele menciona um prazer edipiano: um desnudar-se, conhecer algo. Nesse momento, quase vi a cena de prazer experienciada por um bom texto. O autor na sua frente desnudando-se para você. Você sente toda a dança de sedução e deseja mais... E como um bom Streep tease, necessita ser devagar, peça por peça... Deixando um ar de espera, pois segundo o próprio Barthes: ”são livros do Desejo, pois estes livros representam a expectativa, a escalada.” Leitura feita palavra por palavra...

A minha primeira experiência erótica palavra por palavra foi Helena, de Machado de Assis. E foi delicioso! Senti-me por dentro da história. Apaixonei-me claro pelo Estácio... Enfim, percebi que já havia passado por essa experiência descrita pelo Barthes.

E a leitura da crítica? Segundo o autor, tornamo-nos voyeur... Observamos o prazer dos outro. E essa observação também me dar muito prazer. Barthes nos seduz com sua escrita, mostra que nos quer através da sua linguagem e também descreve momentos de prazer que nós já vivemos ou se não, ficamos morrendo de vontade de viver.

O Prazer do texto é um livro sobre sedução, sexo, amor, desnudamento, voyeurismo. Enfim, muito prazeroso... Você pode estar pensando, louca, são apenas palavras. E eu lhe responderei:

“eu sei que são apenas palavras, mas mesmo assim...”







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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Carta a menina-serpente - Alice no País das Maravilhas - Lewis Carrol



 Alice,

        Também não tenho certeza de quem sou eu... Encolher e esticar estão sempre acontecendo comigo. Quando estou encolhida, escondo-me no meu quarto, não sou tão corajosa quanto você. Como você, estou em constante transformação. A cada manhã, percebo-me diferente e não sei como fiz essa mudança. Enfim, o mundo é bastante confuso às vezes. Será que sou uma serpente ou uma menina? Acho que sou menina, também não gosto de ovos crus. Meu pescoço também não é tão longo. Será normal você não saber o que se é? Deve ser, pois não conheço uma pessoa que saiba com certeza quem seja. Se bem que não conheço pessoas normais, afinal se não fossem loucas não conversariam comigo. Nesse momento da minha vida, estou confusa também acerca de onde deverei ir, mas o Gato me confidenciou que você também passou por isso. E que o caminho a seguir depende de onde se quer chegar, mas se quiser chegar em qualquer lugar, pode pegar qualquer caminho. Acho que o Gato também é louco. Por falar em louco, tenho saudades do Chapeleiro. Ele me deixa desconcertada com todas aquelas perguntas. Mas adoro seu olhar de louco... Ai ai... Não conte nada para ele, tá. Você já descobriu a semelhança entre o corvo e a escrivaninha? Eu ainda não. Há muitas outras respostas que ainda não sei, como Porque o mar parece uma xícara? Enfim... Se todos se preocupassem com suas coisas, o mundo giraria mais rápido. Ou não! Adoro você e suas divagações, Alice!!! Vamos juntas ao País das Maravilhas dessa vez? Espero ansiosa...

               
                                                                                                     Anna



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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Leituras a serem feitas em OUTUBRO/2013

Oi Gente!!!

Nesse mês de Outubro resolvi ler um pouco mais E escolhi sete livros para ler:

Livros Literários:

1. O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald - Ed. Landmark - 288p;



2. As Flores do Mal - Charles Baudelaire - Ed. Martin Claret - 256p;




3. O Vermelho e o Negro - Marie-Henri Beyle Stendhal - Ed. Cosac Naify - 573p;




4. O Pistoleiro - Stephen King - Ed. Objetiva - 221p;





Livros Teóricos:

5. Anatomia da Crítica - Northrop Frye - Ed. Cultrix - 362p;



Outros Livros:

6. O Tao da Física - Fritjof Capra - Ed. Cultrix - 274p;



7. Mulheres que Correm com os Lobos - Clarissa Pinkola Estés - Ed. Rocco - 627p;



Então, e vocês? O que estão lendo?
Beijos!!!

Lua



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Leituras feitas em SETEMBRO/2013

Oi Gente!!!

Como é a primeira lista que faço, vou explicar um pouco. Sempre leio três livros ao mesmo tempo: um livro literário, outro teórico ( que me ajudam trabalhar o meu olhar e minha crítica em cima dos textos literários e um outro sobre assuntos diversos. E durante o mês de setembro, fiz algumas leituras que listarei aqui para vocês. E depois farei um post para as mais importantes, certo? 

Livros Literários:

1. O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë - Ed. Landmark - 304p;





O único livro literário que li esse mês foi O Morro dos Ventos Uivantes, pois resolvi degustá-lo. Emily Brontë é fascinante! Não vou falar muito para poder fazer o post. Mas eu simplesmente adorei! 

Livros Teóricos:

2. A crise do século XX - Gilberto de Mello Kujawski - Ed. Ática - 207p;




3. A Literatura Inglesa - Jorge de Sena - Ed. Cultrix - 470p;


4. O prazer do texto - Roland Barthes - Ed. Perspectiva - 80p;





Em relação a livros teóricos foram A crise do século XX, livro que me ajudou a entender essa passagem que estamos vivendo entre a modernidade e a pós-modernidade. A Literatura Inglesa foi minha introdução nos autores ingleses. Eu estava percebendo que quase todos os meus autores preferidos eram ingleses, então resolvi aprofundar-me um pouco. E O prazer do texto, livro curtinho, mas maravilhoso do Barthes. Esse é um livro que quem estuda Literatura não pode deixar de ler. Enfim, livros que merecem releituras!

Outros Livros:

1. Era do conhecimento - Marc Halévy - Ed. Unesp - 347p;




A Era do conhecimento é um livro que traz a tese da revolução noética. Uma revolução onde o homem tem o papel de alimentar essa esfera de conhecimento e criação deste. Mais informações no post.

E vocês o que leram? Aguardem minhas viagens!!!
Beijos!!!

Lua

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