quinta-feira, 1 de maio de 2014

Relatos da Minha Terra - Vanessa Paulino #Olhar da Gente

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O conto "Relatos da Minha Terra", Vanessa Paulino me emocionou bastante. Primeiramente por falar da minha cidade. Apesar de eu não ser muito fã de literatura regionalista, a escrita da Vanessa me fez lembrar-me de muitos lugares queridas da minha cidade. Longe de ser considerado regionalista, o conto nos fala do processo de escrita do próprio conto.

A escrita do conto foi feito para que o leitor sinta-se em um processo de construção de uma colcha de retalhos. Cada cena, diálogo, lembrança é uma parte dessa imensa teia que nos mostra tanto a cidade descrita, como o processo de escrita da autora.

Sua narradora é uma senhora idosa, mas que me parecera fazer parte das cenas narradas. Ora pensei que a mesma apenas narrava o que via, ora que ela está descrevendo lembranças suas. Apenas no fim do conto, o narrador passa a ser um senhor idoso. Se estiver narrando cenas observadas, o narrador é chamado de flaneur, termo criado por Baudelaire.

A escrita também nos mostra a construção desse olhar falado no título. Um olhar muito particular da autora, mas que nos faz querer conhecer mais seu universo pessoal. A escrita de todo autor é como a construção de um olhar, feito através da subjetividade de cada um e transformado em palavras. Esse olhar nem sempre é pessoal, mas sempre tem algo de pessoal nele.


Entrevista com a autora

     1. De onde veio a ideia para seu texto?

Do título do concurso: “Minha Terra, Minha Vida, Meu Olhar”. Sou obcecada pelo processo de criação literária, pelo falar da própria escrita, isto é, de todo esse processo metalinguístico. Em geral, não tenho o hábito de escrever pautada em temática regionalista, por isso, ao observar o título, pude desafiar-me a escrever imprimindo meu olhar sobre nossa terra e, também, minha paixão pela escrita.

2.  2. Como foi seu processo de escrita?

O processo de escrita foi sedimentado num alicerce de incertezas, num processo de mistura entre ficção e realidade, em que não se pode distinguir a primeira da segunda. O fato de o conto estar em primeira pessoa reforça, ainda mais, essa ideia. Outro fator que enfatiza essa noção de realidade são as minuciosas descrições dos personagens, tanto físicas, quanto psicológicas, e ainda, das paisagens que pouco a pouco vão sendo descortinadas pelos leitores, mostrando quem são: Ponte Metálica; Praça dos Leões; Beira-mar; Praia da Barra. Outrossim, há uma progressão temporal na qual temos uma criança, uma adolescente, uma jovem-mulher e um homem maduro, um velho. Todos esses personagens, com suas respectivas histórias, são interligados através da narração da velha, que constrói uma espécie de colcha-de-retalhos com sua escrita por meio de sua memória, instigando sensações e curiosidades naqueles que leem.

 3. Como foi sua experiência em participar do concurso?

Foi minha primeira experiência com um concurso literário. O mais interessante é que o concurso foi, para mim, um desafio. Explico-me: escrever sobre uma temática que diverge de minhas preferências, a indecisão de enviar ou não o texto, – mandando-o, de fato, no último dia de inscrição - tudo isso foi inusitado. Todavia, o melhor foi ter tido a oportunidade de conhecer escritores talentosos, compartilhar experiências de escrita, etc.

Quero pedir desculpas a todos os leitores do blog pela curta resenha, tão injusta a Vanessa, mas ela é uma pessoa muito importante para mim. E vocês sabem o quanto é difícil falar sobre algo que se é fã.

4 comentários:

NeyaRa disse...

Woooo, ainda quero ler os textos da Vanessa, sempre cheios de elogios.
Beijo

Unknown disse...

Obrigada, Neyara. Leia sim, e faça sua crítica. Afetuoso abraço!

Gerson Alan disse...

Parabéns Vanessa. Tudo de bom! Vá Além!

Abraços!

Paulo Henrique Passos disse...

Vários retalhos, quase todos tendo o mar como linha que os une. Muito bom!

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